Urubu malandro)
Autor desconhecido, recolhida e arranjada por Louro (1917)
Urubu veio de riba
Com fama de dançadô
Urubu chegou no Rio
Urubu nunca dançou
Dança, dança urubu
Eu não, sinhô
Urubu não vai ao céu
Nem que seja rezadô
Urubu catinga muito
Persegue Nosso Senhor
Foge, foge urubu
Eu não, sinhô
Urubu está cantando
Que nada sabe dizê
Em Mato Grosso se ouve:
Que foi a tropa fazê?
Fala, fala urubu
Eu não, sinhô
Urubu lá do Pará
Quem tem fama de avançadô
Larga o trono, vem embora
Deixa o Lauro por favô
Deixa, deixa urubu
Eu não, sinhô
Urubu delegado
É um moço de valô
É bonito e é letrado
Sabe mais que um dotô
Sabe, sabe urubu
Eu não, sinhô
Urubu municipá
Larga o osso por favô
Vê se come os intendente
Da mão do bispo, sinhô
Come, come urubu
Eu não, sinhô
Urubu chega disposto
Deixa o povo por amô
Corta os casaca-lavado
Que é pessoá avançadô
Corta, corta urubu
Eu não, sinhô
Urubu Nascimento
Carinha que Deus pintô
Meta a mão na algibeira
Paga aquele cantor
Paga, paga urubu
Eu não, sinhô
Gravada originalmente na Odeon em 1917 por Baiano, acompanhado por coro e orquestra, e lançada como "canção carnavalesca" em discos 78 rpm.
Outras gravações conhecidas são as de Oito Batutas (1922), Ademilde Fonseca (1943), Benedito Lacerda & Pixinguinha (1947), Fon-Fon e sua Orquestra (1947), Eugênio Martins (flauta), Dante Santoro (flauta, 1950), Os Copacabana (1950), Dimas e Vavá (pífaros), Waldir Calmon e seu Conjunto (1952), Radamés Gnattali Sexteto, Altamiro Carrilho, Carlos Poyares (flauta, 1975)), Netinho, Trio Elétrico de Dodo & Osmar (1974), Os Coroas, Banda Bandeirantes, Dodo & Osmar, Altamiro Carrilho & Paulo Moura (1987), Charles Gonçalves (flauta, 1988 aos 14 anos), Os Ingênuos, Oswaldo Montenegro, entre outras.
Música folclórica recolhida nas proximidades da cidade de Campos, RJ, pelo clarinetista Lourival de Carvalho (Louro). A letra satiriza fatos e personagens políticos da época.
Em excursão feita em 1922 com os Oito Batutas pela Argentina, Pixinguinha, em solo de flauta, grava-a virtuosamente em Buenos Aires, intitulando-a simplesmente de Urubu.
Também conhecida como Samba do urubu, em 1943, surge a gravação de Ademilde Fonseca com novos versos de João de Barro, e desta vez como Urubu malandro. Eis os versos:
Urubu veio de cima
Com fama de dançador
Urubu chegou na sala
Tirou dama e não dançou
Ora, dança urubu
Eu não senhor
Tira a dama, urubu
Eu sou doutor
Urubu chegou de fraque
Cartola e calça listada
Urubu deixa de prosa
Vem cair na batucada
Urubu perdeu a fama
E se desmoralizou
Apanhou a melhor dama
Foi dançar e encabulou
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